Como se chega à pandemia de obesidade que se observa neste século XXI?
Basicamente porque é aparentemente mais fácil comer mal do que comer bem. Digo aparentemente, porque na realidade custa a mesma coisa, tanto em termos de tempo como financeiros, comer bem como comer mal.
Aliás, comer bem, ou seja, alimentos vegetais naturais e frescos, até sai mais barato. Por outro lado, a informação também talvez chegue a cada vez mais pessoas e mais cedo, mas apenas aparentemente. Também pela velocidade diária, tanto na profissão como no pouco tempo disponível para a família, a informação é volátil e facilmente esquecida.
As cantinas das escolas continuam a ter uma alimentação fraca, não há planos de educação alimentar, e os grandes anúncios que passam nos órgãos de comunicação não são nem de cariz educativo nem de alimentos saudáveis.
Aprendem-se mais depressa os maus hábitos do que os bons, e isto acontece desde sempre. Por outro lado, o paladar educa-se, e os pais continuam a ser os grandes responsáveis pelo mau regime alimentar dos filhos. E também porque é mais fácil evitar uma birra para comer legumes cozidos oferecendo um hambúrguer frito, do que insistir numa refeição saudável.
Resumindo, é uma aparente fórmula de facilitismo que leva as pessoas a consumir alimentos tipo fast-food, tanto em casa como na rua, muitas vezes com a desculpa da falta de tempo e do cansaço. É uma realidade que as exigências profissionais são hoje mais stressantes e intensas, num mercado cada vez mais competitivo, e que o cansaço possa explicar a falta de disposição e imaginação para cozinhar. Mas também é um facto que existem, por exemplo, saladas já preparadas e prontas a consumir, que só é preciso lavar, pôr no prato e temperar com azeite e vinagre. Isso é até mais rápido do que encomendar uma pizza.