A obesidade abdominal
A obesidade abdominal é mais grave do que a aparência estética, pois está clinicamente provado que um abdómen aumentado eleva o risco de sofrer de doenças cardiovasculares e diabetes.
A Síndrome Metabólica (SM) é uma combinação de distúrbios que aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes. É uma condição que afeta cerca de uma em cada cinco pessoas, e agrava-se com a idade.
Uma das manifestações da Síndrome Metabólica, e talvez a mais importante por estar na base de todos os distúrbios envolvidos, é a obesidade abdominal. Ainda não são bem conhecidos todos os mecanismos que conduzem à SM, mas a maior parte dos doentes são pessoas mais velhas, obesas, sedentárias e que apresentam alguma resistência à insulina, embora o stresse também possa contribuir para esta síndrome.
Os fatores mais importantes envolvidos na SM são o peso, a genética individual, a idade e o estilo de vida sedentário, que contempla baixo nível de atividade física e elevada ingestão de calorias.
A prevalência da SM está dependente da forte relação entre o perímetro da cintura e o aumento da adiposidade, mas não está apenas relacionada com quadros de obesidade, porque um doente de peso considerado normal mas com um elevado perímetro abdominal também pode ser resistente à insulina e ter esta síndrome.
O sedentarismo também contribui, naturalmente, para o aumento do tecido adiposo, principalmente na zona central (abdómen), mas também para a redução do HDL (o bom colesterol), uma tendência para a existência de triglicéridos elevados (moléculas de gordura compostas por três ácidos gordos combinados com a molécula de álcool glicerol), para o aumento da pressão arterial e para o aumento de níveis de glicose no sangue.
Em termos nutricionais é sempre melhor seguir um regime alimentar de calorias reduzidas, o que não só ajuda a prevenir muitos problemas de saúde como contribui para uma maior longevidade.
No entanto, o ataque à gordura localizada, principalmente a que se encontra no perímetro abdominal, é fundamental para uma redução do risco de desenvolver doenças cardiovasculares. A redução de apenas 10% do peso já contribui para uma franca diminuição do risco, e uma diminuição de apenas 3 cm no perímetro abdominal é igualmente benéfica para a diminuição do risco de sofrer doenças cardiovasculares.